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22 de abr. de 2011

Arnold Schwarzenegger analisa lançar candidatura a presidente da UE

Notícia motivou risadas em membros da entidade


Bruxelas não acredita no que ouve: o ator dublê de político, Arnold Schwarzenegger, ambiciona dar continuidade à carreira como presidente da UE, ocupando um lugar ao lado de Angela Merkel ou de Nicolas Sarkozy, nas conferências formais do grupo de 27 países.

A notícia de que o ator de origem austríaca foi aconselhado a postular a presidência foi motivo de muitos sorrisos na União Europeia (UE), mas também de uma certa exasperação sobre a imagem que os Estados Unidos têm de Bruxelas.

A ideia "me fez rir", confessou o ex-primeiro-ministro belga Guy Verhofstadt, líder liberal do Parlamento Europeu.

Schwarzenegger, ex "Mr. Universo", amante dos carros de luxo, contrasta radicalmente com a imagem austera e frágil do atual presidente da UE, o belga Herman Van Rompuy, apaixonado pela poesia japonesa e os retiros religiosos.

Aos 63 anos, o ator, que se interroga sobre seu futuro político depois de dois mandatos como governador da Califórnia, foi aconselhado pelo ex-chefe de gabinete Terry Tamminen a lançar-se na corrida europeia.

"Nos próximos anos, a UE precisará de um presidente com uma proposta maior, capaz de unificar a Europa", disse Tamminen à revista americana Newsweek.

"Por que não uma pessoa nascida no continente, que foi para a América e voltou para ser o (George) Washington ou o (Thomas) Jefferson de uma Europa unificada?", acrescentou, em referência aos fundadores dos Estados Unidos.

Uma visão muito americana que "demonstra um desconhecimento total da Europa", segundo Verhofstadt.

"Arnie é um personagem, mas é claro que não compreendeu que o presidente da UE não é eleito. É designado, através de muitas negociações entre os chefes de Estado e de governo dos 27", recorda o britânico Nigel Farage, líder dos 'eurocéticos' na Eurocâmara.

"Schwarzenegger não teria nenhuma possibilidade, uma vez que os presidentes da UE querem uma figura mais discreta possível", destaca Peter Cleppe, do centro de reflexão Open Europe.

O cargo não exige nenhum carisma", acrescentou Cleppe.

Foi criado no final de 2009, para um mandato de dois anos e meio renovável, para dotar a UE de um rosto, mas o candidato mais firme, o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, foi descartado paradoxalmente por seu peso e influência e o risco de fazer sombra aos líderes da UE.

AFP

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