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2 de mar. de 2011

Há uma epidemia de jogadores mudos, diz Sócrates sobre crise

Capitão da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1982 e médico, Sócrates identifica um sintoma pouco aparente na conturbada negociação dos direitos de transmissão televisiva dos Campeonatos Brasileiros de 2012 a 2014: o silêncio dos jogadores. "É, tem pouca gente que não é mudo. É uma doença epidêmica", diagnosticou o Doutor em consulta de Terra Magazine.


Sócrates lamenta a mudez dos atletas sobre a polêmica disputa pelos
direitos de TV do Campeonato Brasileiro
Acostumado a se manifestar politicamente durante a carreira de atleta, o ex-meio-campista liderou a Democracia Corintiana e participou do movimento das Diretas Já. Agora, critica a apatia dos boleiros.

Na sua opinião, a briga está bem clara. "Isso é coisa da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e da Globo também. Estão tentando implodir o Clube dos 13, e acho que já conseguiram, para que não haja licitação. E aí sai comprando todo mundo para resgatar o monopólio", analisou Sócrates.

O Corinthians pediu desligamento do Clube dos 13 e outros filiados demonstraram vontade de negociar à parte com as emissoras de TV. "Caíram no conto da Globo e da CBF. O objetivo é claro: não ter a licitação", apontou. "A Record teria fechado com 10 times. Aí vai ficar bom, seria uma briga boa".
 
Não incomoda Sócrates o risco de haver algumas partidas sem exibição televisiva por causa do acerto de equipes com emissoras distintas.

- Não, mas aí tem que sentar pra conversar, ué. Não sentaram pra conversar pela Copa do Mundo e a Olimpíada no Brasil? Só porque a Record pegou a Olimpíada de Londres. É interesse comercial, não pode é ter monopólio, tem que ter opção pra todo mundo.

 
Máfia do Apito

Na sua defesa diante da 17ª Vara Cível de São Paulo, no caso da Máfia do Apito de 2005, a CBF afirma que "o futebol não tem interesse social relevante". Ainda se refere ao povo como "mal aparelhado intelectualmente".

"É um absurdo. Analfabetos funcionais são os que dizem isso", rebateu Sócrates. "Ela quer tirar o dela da reta. Se a Justiça fosse mais intensamente mobilizada contra, esse pessoal não estaria mais lá", acrescenta.

Ao lado do seu ex-árbitro Edilson pereira de Carvalho e Nagib Fayad, a entidade, cujo presidente Ricardo Teixeira também comanda o Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014, foi condenada pelo juiz Camargo Magano a pagar R$ 160 milhões pela manipulação de resultados de 11 partidas da Série A de 2005. A sentença ocorreu em São Paulo. "A CBF não perde nenhuma ação no Rio de Janeiro", ironizou Sócrates.

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