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3 de nov. de 2010

Escritório de advocacia demite estudante acusada de fazer ataques a nordestinos na internet

Mayara Petruso teria publicado mensagem preconceituosa após eleição de Dilma

Do R7
 
O escritório Peixoto e Cury Advogados comunicou a demissão da estudante de Direito Mayara Petruso, apontada como autora de uma mensagem que desencadeou uma onda de preconceito contra os nordestinos no Twitter.

Mayara, que trabalhava como estagiária, teria publicado um comentário no qual responsabilizava a população do Nordeste pela vitória da petista Dilma Rousseff na disputa presidencial. “Nordestino não é gente, façam um favor a SP, mate um nordestino afogado!”, dizia a mensagem.
 
Em meio à polêmica, os perfis criados em nome da estudante foram excluídos do Twitter e do Facebook. Por meio de nota, o escritório Peixoto e Cury informou que a estudante “não faz mais parte dos quadros do escritório”.

“Com muito pesar e indignação, [o escritório] lamenta a infeliz opinião pessoal emitida, em rede social, pela mesma, da qual apenas tomou conhecimento pela mídia e que veemente é contrário, deixando, assim, ao crivo das autoridades competentes as providências cabíveis”, diz o comunicado.

A seccional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Pernambuco vai entrar nesta quinta-feira (4) com uma representação no Ministério Público Federal em São Paulo contra a estudante.

O presidente da OAB-PE, Henrique Mariano, explicou que a notícia crime será apresentada contra Mayara porque ela já foi identificada, o que não impede que a medida seja tomada também em relação a outras pessoas.

- O fato de ela ser uma estudante de Direito é ainda mais grave, porque ela é preparada para exercer, futuramente, uma profissão que tem como função legal defender as políticas de direitos humanos e a justiça social. É inconcebível uma universitária, mesmo que não fosse universitária, dar uma declaração dessa natureza, ofensiva com a população de uma região. Mas isso não é só contra ela, é contra todas aquelas pessoas que participaram dessa onda.

A OAB-PE pede a instauração de uma ação penal, para que a estudante responda pelos crimes de racismo e incitação pública para ato delitoso - que, no caso, seria homicídio.

A estudante não foi localizada pelo R7 para comentar o caso.

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